10 de dezembro de 2009

Hasta la vista, baby...

Parto em direção ao sul. Nesse fim de semana estarei ausente, em busca de alguma réstia de sol, um pouco de azul. Não peço muito, basta-me alguma luz, que aqui já há nublados demais...
Deixo vocês na boa companhia de uma Fantasia.
Até a volta.



Para Além da Curva da Estrada

Para além da curva da estrada
Talvez haja um poço, e talvez um castelo,
E talvez apenas a continuação da estrada.
Não sei nem pergunto.
Enquanto vou na estrada antes da curva
Só olho para a estrada antes da curva,
Porque não posso ver senão a estrada antes da curva.
De nada me serviria estar olhando para outro lado
E para aquilo que não vejo.
Importemo-nos apenas com o lugar onde estamos.
Há beleza bastante em estar aqui e não noutra parte qualquer.
Se há alguém para além da curva da estrada,
Esses que se preocupem com o que há para além da curva da estrada.
Essa é que é a estrada para eles.
Se nós tivermos que chegar lá, quando lá chegarmos saberemos.
Por ora só sabemos que lá não estamos.
Aqui há só a estrada antes da curva, e antes da curva
Há a estrada sem curva nenhuma.

Alberto Caeiro, in "Poemas Inconjuntos"

4 comentários:

João Roque disse...

Com esta música e este poema do heterónimo de Pessoa, só pode ser o prenúncio de um excelente fim de semana.
Beijinho.

helia disse...

Lindo Poema de Alberto Caeiro ,um dos Heterónimos de Fernando Pessoa,que eu já conhecia mas que é sempre agradável reler.
Música deliciosa!.
Aqui em Lisboa está muito frio, mas felizmente não chove...

Barbara disse...

Boas idas, estadas e vindas!

CANTO GERAL DO BRASIL (e outros cantos) disse...

Parafraseando o próprio Pessoa: tudo o que diz respeito a Fernando Pessoa não me é indiferente.
Visitando seu blog passo a crer na rerresurreição da boa palavra entre os lavradores da internet.
Tudo é questão de plantar bem, uai.
Em se colhendo, tudo dá-se de novo e novo.
Felizmente há mãos afeitas a isso feitas as tuas. Parabénzzzzzzzzz!

Pedro Ramúcio.