9 de dezembro de 2009

Para E.

Eis que recebo o release de mais um - e nunca demais - livro, esse de Ronaldo Werneck, sobre Humberto Mauro, grande mineiro da Zona da Mata que, lá do início do século passado, veio a se tornar O grande Nome do cinema nacional, referência fundamental para outros grandes cineastas como Glauber e Nelson Pereira dos Santos.

Quem não conhece HM não sabe o que perde. Diz-se dele que é o verdadeiro fundador do Cinema Novo. Diz-se, também, que o mais brasileiro de todos os nomes de nosso história cinematográfica, visto serem suas obras verdadeiros libelos de nossa cultura, de nossas gentes, nosso folclore e de nossa música. E de fato: em seus mais de 80 filmes, entre curtas, longas e documentários, o Brasil é o personagem principal.

E que enquadramentos, meu Deus! Que fotografia! Os contrastes entre "seus pretos e seus brancos" são verdadeiros bálsamos para esse nosso mundo inundado por fotoshopagens...

Ao ler o tal release, lembrei-me logo do filme que segue abaixo, provavelmente um dos primeiros video-clipes do mundo, o último dirigido por nosso cineasta em questão. Foi produzido em 1964, e é uma jóia que vale a pena ser apreciada até o final, e de novo e mais uma vez: não cansa nunca, enleva e nos faz sorrir aquele sorriso das crianças encantadas.

Ofereço ao balseiro Edu Campos ("até a margem do grande rio", ali ao lado linkado), fotógrafo como Humberto Mauro, recém chegado de uma aventura por outras matas que não as de Minas, mas que imagino igualmente mágicas, cheias de bois, e cachorros, e aranhas e de velhas a fiar...



Obs.: o ator é Matheus Collaço e a música, de nosso folclore, é intrepretada pelo Trio Irakitã. Delícia pura!