2 de novembro de 2009

Será que ele chorou?


Gente!!! O que está acontecendo? Será a Sorte? Serão as estrelas? Ou será o quinto dedo de nosso presidente metido nesse balaio?
Sei não...Essa história do Rio sair ganhando tudo que é disputa está começando a me intrigar. Primeiro veio a Copa do Mundo, depois, Olimpíadas. Elegeram o Rio como a cidade mais feliz do mundo e, agora, é também o melhor destino gay!!!
É aquela coisa de gato escaldado: quando o feijão é demais, a gente desconfia. Ou tá queimado, ou o prato é raso...
Gostaria mesmo é de ter acompanhado-o-Lula-acompanhando esse último "desafio". Será que ele torceu muito, gente? Será que ele telefonou pro Paulo Coelho fazer umas macumbinhas chiques lá de Paris? Será que ele se agarrou ao Eduardo Paes, que já deveria estar aos prantos, pendurado no pescoço do Sergio Cabral?

Só a título de informação:
O Relatório Anual do Grupo Gay da Bahia (GGB), que lista desde 1980 os assassinatos de homossexuais no Brasil, aponta que, em 2008, houve 55% mais crimes do gênero do que no ano anterior - 190 ante 122. Em 2007, o crescimento, na comparação com 2006, havia sido de 30%.

O dado, segundo o GGB, posiciona o País como o mais homofóbico do mundo, seguido por México, que registrou 35 casos de homossexuais assassinados no ano passado, e pelos Estados Unidos, com 25. Desde o início do levantamento, o total de homicídios considerados homofóbicos pela organização chega a 2 998.


Agora é aguardar as melhorias que serão feitas no Rio para receber nossos alegres, gastadores e festeiros amigos. Imagino que será necessário muito mais do que os R$800 mil prometidos para a próxima Parada Gay para tornar a cidade digna desse título tão colorido.

Roubado do "O Jardim Alheio"

Para coroar essa melancolia que brota em mim nesses dias de mortos e, então, de consequentes saudades de tantos (e quantos!) que se foram sem que eu sequer tivesse tempo de perceber a falta que me fariam...

O infinito
"Sempre cara me foi esta colina
Erma, e esta sebe, que de tanta parte
Do último horizonte, o olhar exclui.
Mas sentado a mirar, intermináveis
Espaços além dela, e sobre-humanos
Silêncios, e uma calma profundíssima
Eu crio em pensamentos, onde por pouco
Não treme o coração.
E como o vento
Ouço fremir entre essas folhas, eu
O infinito silêncio àquela voz
Vou comparando, e vêm-me a eternidade
E as mortas estações, e esta, presente
E viva, e o seu ruído.
Em meio a essa
Imensidão meu pensamento imerge
E é doce o naufragar-me nesse mar."

Giacomo Leopardi
(tradução de Vinicius de Moares)

OU AINDA, EM TRADUÇÃO POR MIM DESCONHECIDA...

"Sempre me foi cara esta erma colina
e esta sebe, que por toda a parte
do último horizonte o olhar exclui.
Mas sentando e admirando, intermináveis
espaços para lá dela e sobre-humanos
silêncios, e profundíssima quietude
eu no pensamento me finjo; onde por pouco
o coração não me amedronta. E como o vento
ouço sussurrar entre estas plantas, eu aquele
infinito silêncio a essa voz
vou comparando: e me sobrevém o eterno
e as mortas estações e a presente
e viva, e o som dela. Assim entre esta
imensidão se afoga o pensamento meu;
e o naufragar é-me doce nesse mar."

E AGORA, O ORIGINAL...

L’infinito
Sempre caro mi fu quest'ermo colle,
E questa siepe, che da tanta parte
Dell'ultimo orizzonte il guardo esclude.
Ma sedendo e mirando, interminati
Spazi di là da quella, e sovrumani
Silenzi, e profondissima quiete
Io nel pensier mi fingo; ove per poco
Il cor non si spaura. E come il vento
Odo stormir tra queste piante, io quello
Infinito silenzio a questa voce
Vo comparando: e mi sovvien l'eterno,
E le morte stagioni, e la presente
E viva, e il suon di lei. Cosi tra questa
Immensita s'annega il pensier mio:
E il naufragar m'è dolce in questo mare.



Giacomo Leopardi

(29 de junho de 1798 -
14 de junho de 1837)