2 de novembro de 2009

Roubado do "O Jardim Alheio"

Para coroar essa melancolia que brota em mim nesses dias de mortos e, então, de consequentes saudades de tantos (e quantos!) que se foram sem que eu sequer tivesse tempo de perceber a falta que me fariam...

O infinito
"Sempre cara me foi esta colina
Erma, e esta sebe, que de tanta parte
Do último horizonte, o olhar exclui.
Mas sentado a mirar, intermináveis
Espaços além dela, e sobre-humanos
Silêncios, e uma calma profundíssima
Eu crio em pensamentos, onde por pouco
Não treme o coração.
E como o vento
Ouço fremir entre essas folhas, eu
O infinito silêncio àquela voz
Vou comparando, e vêm-me a eternidade
E as mortas estações, e esta, presente
E viva, e o seu ruído.
Em meio a essa
Imensidão meu pensamento imerge
E é doce o naufragar-me nesse mar."

Giacomo Leopardi
(tradução de Vinicius de Moares)

OU AINDA, EM TRADUÇÃO POR MIM DESCONHECIDA...

"Sempre me foi cara esta erma colina
e esta sebe, que por toda a parte
do último horizonte o olhar exclui.
Mas sentando e admirando, intermináveis
espaços para lá dela e sobre-humanos
silêncios, e profundíssima quietude
eu no pensamento me finjo; onde por pouco
o coração não me amedronta. E como o vento
ouço sussurrar entre estas plantas, eu aquele
infinito silêncio a essa voz
vou comparando: e me sobrevém o eterno
e as mortas estações e a presente
e viva, e o som dela. Assim entre esta
imensidão se afoga o pensamento meu;
e o naufragar é-me doce nesse mar."

E AGORA, O ORIGINAL...

L’infinito
Sempre caro mi fu quest'ermo colle,
E questa siepe, che da tanta parte
Dell'ultimo orizzonte il guardo esclude.
Ma sedendo e mirando, interminati
Spazi di là da quella, e sovrumani
Silenzi, e profondissima quiete
Io nel pensier mi fingo; ove per poco
Il cor non si spaura. E come il vento
Odo stormir tra queste piante, io quello
Infinito silenzio a questa voce
Vo comparando: e mi sovvien l'eterno,
E le morte stagioni, e la presente
E viva, e il suon di lei. Cosi tra questa
Immensita s'annega il pensier mio:
E il naufragar m'è dolce in questo mare.



Giacomo Leopardi

(29 de junho de 1798 -
14 de junho de 1837)

3 comentários:

J Alexandre Sartorelli disse...

Gentle carioca Sonia
Roubo autorizado :o)
beijos

(afinal também roubei a tradução do Vinicius)

Vc. tem MSN?
o meu é redemundo@hotmail.com

gentil carioca disse...

Alex Sarta, thanks pela autorização aqui registrada. Aproveito a ocasião para avisar que já me sinto autorizada para roubar vários outros, bem como o conteúdo visual do "A Canção é Tudo", ok?
Você não sabe com quem se meteu, sou praticamente um Arsene Lupin de baton dos blogs alheios... rsrsrsrs
Qto ao MSN, até tenho, mas, bem como o Orkut, raríssimamente, para não radicalizar no nunca, utilizo.
Qualquer "emergência", porém: smmnunes@hotmail.com
bj

larissa disse...

esta é a melancolia de giacomo. melhores dias para você, cara desconhecida. :]